Contas públicas, contas de ninguém
Quem esperava um feriado morno em termos de notícias errou estrondosamente. Além da avalanche de narrações e supostas novidades sobre o caso que envolve o goleiro Bruno, do Flamengo – acusado de mandar matar a ex-amante –, eis que o Congresso Nacional divulga um estudo preocupante, que revela até que ponto chega a irresponsabilidade de parlamentares “bem intencionados” com as contas públicas.
O estudo revela que o rombo na Previdência Social pode aumentar mais com a aprovação da emenda do senador Paulo Paim (PT-RS) que indexa os reajustes dos benefícios previdenciários ao aumento do salário mínimo.
Se a emenda estivesse valendo de 1998 a 2008, o déficit saltaria de R$ 48,5 bilhões – valor próximo ao estimado para este ano – para R$ 117,9 bilhões, aponta estudo do próprio Congresso Nacional.
De acordo com o texto, em 2008 as despesas com os benefícios (urbanos e rurais, sem considerar os assistenciais com idosos e deficientes), que foram de R$ 199,5 bilhões, chegariam à cifra de R$ 269 bilhões.
Os dados são do estudo “Salário mínimo e reajustes dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social- RGPS”, da consultora legislativa Sandra Cristina Filgueiras de Almeida.
Essa emenda é só mais um exemplo do desatino que domina o Congresso Nacional em ano de eleição, a julgar pela grande quantidade de projetos estapafúrdios que elevam absurdamente os gastos do governo central do Brasil, entre eles muitos que determinam reajustes salariais fora da realidade para servidores públicos.
Irresponsabilidade é pouco para qualificar esses “atos legislativos”.
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É cada vez mais deprimente os espetáculos em torno de casos policiais que provocam grande comoção pública, como foi o caso Isabela Nardoni e agora o caso que envolve o goleiro Bruno, do Flamengo.
Nada contra a cobertura da mídia, por mais que ela seja exagerada, mesmo que seja possível separar jornalismo, sensacionalismo e espetáculo. Faz parte da vida desde que o mundo é mundo. Quem não quiser ver/ler/ouvir, que mude de canal, desligue o aparelho ou deixe de comprar jornal.
Mas o que realmente incomoda é a malta de inúteis e vagabundos que adora comparecer à frente de delegacias e fóruns para xingar e atirar objetos em viaturas policiais como “protesto” contra os “monstros assassinos”.
E o pior é que pouca providência é tomada pelas autoridades para isolar os locais que abrigam, mesmo que temporariamente, os acusados. Policiais e presos são obrigados a atravessar um mar de gente sem nada para fazer para chegar a algum lugar.
Mas seria esperar muito de uma polícia que não usa a força para desbloquear ruas e vias tomadas por manifestantes. Pancada, só em gente que não merece, como sempre.
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Se alguém tinha dúvidas a respeito do fim cada vez mais próximo daquele que foi o principal jornal do ABCD, é só ler o detalhadíssimo estudo feito pelo jornalista Daniel Lima acerca da “política editorial” do veículo nos últimos seis meses. É nojento saber que tal publicação ainda circula nas bancas das sete cidades. Quem quiser ler o texto de Lima pode clicar aqui .
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