segunda-feira, janeiro 19, 2009

Ciclistas ainda acham que têm direitos



A morte de uma ciclista na semana passada na avenida Paulista, abalroada por um ônibus, gerou uma onda de protestos contra o "trânsito selvagem da metrópole", ainda mais porque a vítima era uma ativista pela disseminação do uso da bicicleta como principal meio de transporte na Grande São Paulo.

É louvável o esforço realizado por gente como Arturo Alcorta e Renata Falzoni, jornalistas da rádio Eldorado que percorrem as ruas de bicicleta para falar de trânsito e sobre as belezas de pedalar por São Paulo em locais inusitados. Infelizmente, eles são incompreendidos e ainda têm pouco respeito por sua causa.

Entretanto, existe um fato: andar de bicicleta em São Paulo em vias movimentadas é um suicídio. Nem tanto pela "maldade" dos motoristas - ela existe e é responsável por grande parte dos acidentes com mortes entre os ciclistas -, mas a questão é que não dá para exigir cuidado extremo com os pedaladores sendo que eles mesmo não se respeitam.

O que dizer de alguém que resolve pedalar no corredor de ônibus da avenida Paulista em uma terça-feira, dia útil, às 10h, numa manhã comum? Gente assim está assumindo deliberadamente um risco de ser atropelado, sendo experiente ou não.

O que dizer de alguém que resolve pedalar na Marginal Pinheiros às 16h numa quarta-feira, em pleno trânsito pesado? É inteligente o cara que faz isso? Foi o que fez o irmão do ex-tenista Cássio Mota há 15 anos. Foi abalroado por um automóvel perto da raia da USP, na Marginal Pinheiros, caiu e morreu.

Não se discute a necessidade de se ampliar as ciclovias em São Paulo. Isso tem de acontecer. Mas não dá para ter dó de gente que morre depois de andar de bicicleta na avenida Paulista em horários de pico. No mínimo, é burrice.

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