Terrorismo econômico é inaceitável
Não há dúvidas de que a crise financeira já chegou ao Brasil. São vários os setores que sentem e diminuição das vendas e das encomendas. Entretanto, já há setores gritando antes da hora e se pendurando na gorda aba da União.
As montadoras reduziram a produção com a queda nas vendas de até 20%, dependendo do indicador e do índice econômico analisado. Quase todas ou já concedera ou vão conceder férias coletivas aos funcionários, por períodos maiores do que os usuais.
Para completar, eis o que o setor de autopeças prevê para a primeira semana de janeiro, em texto publicado em 3 de dezembro, no jornal O Estado de S. Paulo:
Diante da queda das encomendas das montadoras, que viram as vendas de carros despencarem, e da redução das exportações, por causa da crise internacional, o setor de autopeças prevê 7,5 mil demissões até o fim do ano. As empresas também vão suspender toda a produção pelo menos durante 16 dias neste mês e dar férias coletivas. Várias planejam reduzir os investimentos.
Sondagem feita pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos (Sindipeças) com 95 empresas, responsáveis por 41% do faturamento do setor, aponta para incertezas em 2009. “O primeiro trimestre será muito difícil”, afirmou o presidente da entidade, Paulo Butori, em nota.
Não se trata de ignorar a crise e seus efeitos, longe disso. Neste mesmo espaço já avia comentado que em breve teríamos que conviver com o fantasma dos problemas retração econômica. O que não se pode admitir é o terrorismo que começa a pipocar na imprensa.
Ameaçar demitir 7,5 mil trabalhadores é terrorismo puro, inaceitável em um momento de ajustes e de análises mais detalhadas sobre o efeito da crise. Esse tipo de terrorismo é o estopim para mais uma onda de pânico financeiro.
Quando a economia cresceu e a indústria bateu seguidos recordes de vendas e produção por quase três anos foi uma festa, todo mundo aproveitou e se esbaldou de ganhar dinheiro. Agora, aos primeitros sinais de problemas, o setor de autopeças resolve, como primeira medida, demitir. Inaceitável sobre todos os aspectos.
Não bastam somente medidas "sindicais" para conter e protestar, é preciso que o poder público, que está acenando com ajudas bilionárias à indústria em âmbitos estadual e federal, tome providências e puna quem resolver demitir.
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