segunda-feira, novembro 10, 2008

Os fantasmas estão voltando


O passado está assombrando o ABCD. Enquanto a General Motors decide se pede ou não concordata nos Estados Unidos, metalúrgicos da GM de São Caetano e de São José dos Campos passam os dias atuais pescando ou contando as horas para o fim das férias coletivas. O mesmo ocorre em outras montadoras e autopeças com a desaceleração da economia. O fantasma das demissões voltou com força neste final de ano.


O crédito farto para a compra de automóveis não existe mais. A inadimplência deve aumentar até fevereiro, o que encarecerá o valor do pouco dinheiro que ficará disponível no mercado. A pergunta, então, é a seguinte: para onde correr?


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva promete crédito mais acessível para o setor automotivo e para a construção civil, mas a questão é que o mundo real funciona em uma dimensão diferente do mundo financeiro. Se a internet acelerou à velocidade da luz o volume das transações financeiras, o mundo real ainda fica angustiado com a demora para ver o dinheiro na conta. Ainda é mais vantajoso deixar o dinheiro parado no banco: por que liberá-lo se os títulos do governo brasileiro rendem mais?


Enquanto não houver pressão da sociedade sobre o governo federal para que haja punição aos bancos que segurarem o dinheiro destinado ao incentivo à produção, nada mudará nos próximos 90 dias. A redução do volume de recursos que os bancos têm de deixar ao final do dia no Banco Central, o chamado compulsório, foi reduzido pela instituição para que houvesse mais crédito na praça e que o Natal de 2008 não fosse o último lance de bonança antes de uma eventual recessão.


Só que o dinheiro a mais que os bancos passaram a controlar não foram acompanhados de contrapartidas. Ou seja, o governo federal aliviou o torniquete e deu mais oxigênio aos bancos, mas nada exigiu em troca. Os bancos não se sentiram obrigados a liberar os recursos.
Passaram a perna? Do ponto de vista legal, não. Do ponto de vista ético, talvez.

O fato é que o governo federal e o Banco Central ainda estão complacentes com o mercado diante das incertezas que a crise financeira mundial. As estratégias estão sendo traçadas em relação à macroeconomia, e o mundo real está sendo negligenciado. É hora de agir. Ou então ficar novamente refém do mundo virtual e veloz das finanças.


Enquanto isso, as fábricas do ABCD continuam paradas, com seus funcionários, pescando, jogando futebol, empinando pipas com os filhos ou simplesmente contando as horas para bater o cartão. E cada vez mais temerosos de ficar sem emprego se as vendas continuarem caindo de forma acelerada.

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Os bancos estão empurrando com a barriga a liberação do crédito, mas é inquestionável que as medidas adotadas pelo Banco Central, com o aval do governo federal, de irrigar o mercado com mais dinheiro e eventual mente salvar instituições “penduradas” são corretas.

É comum observarmos jornalistas e especialistas de várias áreas criticarem o governo americano pelo socorro aos bancos e ao mercado em geral, denominado agora pejorativamente de Wall Street.

O mundo em que vivemos, desde os anos 80 do século passado, é movido basicamente por duas palavras (ou atitudes, como queiram): credibilidade e confiança. Sem isso, a sociedade como conhecemos desaba, independentemente das crenças e das ideologias.

A crise financeira mundial é reflexo da falta de credibilidade e de confiança do mercado financeiro global como um todo. E por que falta credibilidade e confiança? Porque houve excesso das duas coisas durante o início do século XXI, com as garantias inexistentes para ativos que sólidos como bolhas de ar.

Quando os bancos sofrem com a falta de credibilidade, a economia se esfarela. Uma corrida aos caixas de todos os correntistas é capaz de quebrar um país. Assim, a questão não é devemos salvar os bancos, mas como salvá-los sem afrontar os limites da decência.

Um comentário:

Anônimo disse...

De uma forma bem simples:

Depois de 6 anos no poder, envolvidos em todo tipo de falcatrua e outras "cositas" mais, mas, principalmente, depois de enriquecer seus bolsos e de vários companheiros e, principalmente depois do Sr.LULLA conseguir sair do apartamento classe média na Rua Tiradentes em SBC para uma mansão no Swiss PArk (ainda não oficializada, mas vizinho do futuro vice-prefeito de SBernardo do Campo), meu caro LULLA (Sim, com dois "L's" justamente para retratar o quanto vc é parecido com aqueLLe outro que saiu "vazado"), chegou a hora de GOVERNAR, pois o País não pode mais ficar no piloto automático, ainda no rumo dado pelo TUCANOS!

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