Os resquícios da fase folk do Led Zeppelin incomodaram muita gente quando do lançamento de "Led Zeppelin IV". Se a surpresa com o disco anterior tinha sido grande, os narizes torcidos também dominaram parte dos fãs.
Naquele ano de 1971, o quarteto inglês definitivamente decolava para dominar o mundo, mas os ecos do trabalho anterior persistiam, e finalmente despertaram, a admiração dos críticos: The Battle of Evermore" era uma obra-prima, e suscitou uma constatação: de quem era aquela segunda voz que "matou" Robert Plant?
Pequenina, rabugenta, angelical e beberrona, Alexandra "Sandy" McLean Denny foi a única artista de fora a cantar em um disco do Led Zeppelin. Uma deferência, sem dúvida, mas nem ela nem ninguém imaginava que ela conquistaria uma distinção ainda maior por ter colaborado com o rockm pesado sendo uma diva do folk britânico.
Sandy, que completaria 75 anos de idade em 2022, tinha boa voz e sabia cantar, mas estava longe do poder e a da potência de Dusty Springfield e PP Arnold, que abusavam bastante da força quando cantavam soul e rhythm and blues. Entretanto, a força de sua interpretação compensava tudo.
Modulava a voz de acordo com a música e se transformava em uma artista gigante no palco, principalmente com a banda Fairport Comvention, que se transformou totalmente com sua entrada no final do anos 60. O salto do grupo foi tão grande que se tornou o maior nome do gênero na época.
Quem a conheceu por volta dos 20 anos, já cantando em tudo o que é lugar, imaginava-a como a líder de uma banda de rock potente, como ocorreria mais tarde com a bela e poderosa escocesa Maggie Bell e a banda Stone the Crow.
Embora meiga no trato e tímida, tinha um temperamento parecido com o da brasileira Elis Regina: sabia o que queria e como queria; e, principalmente, que não desistia enquanto não conseguisse o que queria.
Em suas colaborações com a banda Strawbs - que revelaria mais tarde Rick Wakeman, o tecladista do Yes - já mostrava o poder da voz e de sua interpretação, arrancando elogios de imprensa e fãs por volta de 1967.
No ano seguinte, seria efetivada no Fairport Convention, onde gravaria seus principais trabalhos, como o essencial disco "What We Did on Our Holidays", onde a música folk britânica enfiava de vez o pé em temas mais modernos e contemporâneos, indicando uma tendência para o gênero.
Inquieta e prolífica, não durou muito na banda e saiu em 1970 para criar a sua, o Fotheringay, ao lado do marido, Trevor Lucas. Chamou a atenção da crítica, mas vendeu pouco de seu único disco. ara ela, era o fim da linha, mergulhada no álcool e na depressão.
Lucas fez o que pôde que para reativar a vida artística nos anos seguintes e Sandy parecia que se recuperaria, especialmente depois da performance com o Led Zeppelin em estúdio. Foram quatro álbuns solo entre 1971 e 1977, além de incontáveis especiais para a BBC, de Londres e de Manchester.
Entre seus muitos recomeços, a cantora mostrava que estava com vontade de recuperar o tempo perdido (ela mesma usava esse clichê na época) com o disco "Rendezvous", de 1977, mas a imensa dificuldade em largar a garra e copo sempre interrompia a "reabilitação".
Separada de Trevor Lucas e dos filhos, Sandy engatava nova etapa na carreira quando sofreu uma queda feia em casa, em 1978, quando buscava algum objeto em uma estante. bateu a cabeça e teve de ficar internada.
Com constantes dores de cabeça nos dias seguinte, retornou ao hospital e os médicos descobriram uma série de pequenos acidentes vasculares cerebrais.
O corpo ainda estava debilitado pelo abuso de álcool, o que contribuiu para a falência múltipla dos órgãos. Morreu em abril de 1978, quando tinha sido escolhida da pela imprensa como a maior cantora e compositora britânica no folk e também no rock.
Sua influência é tão grande que uamd e suas composições, "Who Knows Where the Time Goes?", foi gravada por Judy Collins, Eva Cassady, Cat Power, Nina Simone e a banda 10.000 Maniacs.
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