Seremos soterrados pela Legião Urbana em 2011
Quem gosta de boa música deve se preparar para um intenso bombardeio de poluição sonora a partir de maio. Várias organizações e fãs-clubes já preparam a partir do mês que vem uma série de homenagens a Renato Russo e à banda Legião Urbana, o combo mais superestimado da música brasileira – recuso-me a considerar o som deles como rock.
Em outubro fará 15 anos que o cantor morreu. Parte expressiva da crítica babenta e pouco crítica despejará sobre nós toneladas de porcaria sonora e impressa a respeito do “legado” deixado por Russo e suas letras pseudointelectuais. À medida que o ano avançará, ficará insuportável conviver na sociedade brasileira, que estará empesteada com a insuportável música da Legião Urbana.
De tudo aquilo que alguns resolveram chamar de rock brasileiro, de longe essa banda é a mais superestimada, e de longe é a mais fraca. Rivaliza em fragilidade artística e baixa qualidade musical com coisas como Inimigos do Rei, João Penca e seus Miquinhos Amestrados, Absyntho e outros menos votados.
Na comparação com grupos contemporâneos, o resultado é constrangedor em relação a Ira!, Golpe de Estado, Plebe Rude, Barão Vermelho, Titãs e Paralamas do Sucesso. Se forem mencionadas então bandas mais agressivas e extremas, como Garotos Podres, Ratos de Porão, Inocentes e Cólera, o constrangimento é ainda maior.
É evidente que não se pode ignorar que a Legião Urbana foi popular e conquistou um público cativo – que se contenta com muito pouco, é verdade, mas é um público fiel. É admirável a devoção ds apreciadores do grupo, de longe a banda (ou artista ) brasileiro mais cultuado.
A bem da verdade, muita coisa ruim já foi extremamente popular, como as mais “expressivas” bandas de axé e pagode, que venderam milhões de CDs e desapareceram com a mesma velocidade que surgiram. Portanto, esse é o pior dos critérios a serem considerados.
Só que o endeusamento de Russo e a elevação da Legião a “ícone” de uma geração é um dos maiores absurdos da música brasileira. Músicos fracos e pouco criativos, canções óbvias e letras pretensiosas e de conteúdo no mínimo questionável – nada que se pareça com on trabalho lírico de Cazuza, o melhor letrista do rock brasileiro da época.
E dá-lhe reedições de CDs, livros e quilômetros de reportagens vazias e repetitivas sobre a suposta genialidade de Renato Russo e a pretensa qualidade musical do trio.
E pensar que o Ira! teve de penas por 25 anos para obter algum reconhecimento, e que os ótimos Golpe de Estado, Garotos Podres e Inocentes se tornaram underground, quando não relegados ao ostracismo…
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