Comprar pela internet ainda é um perigo
Um dos primeiros textos que escrevi para o Laboratório de Temas começava com uma frase imperativa: “Fuja das compras pela internet!”. Pois vou repeti-la neste texto: evite comprar pela web.
As facilidades de compra pelo computador, sem ter de sair de casa ou do escritório para escolher e pagar, esbarram no maior dos problemas deste tipo de transação: as constantes e inaceitáveis falhas de logística para a entrega dos produtos.
O número de reclamações sobre atrasos ou simplesmente a não entrega nos jornais e no Procon é muito maior do que o crescimento do volume de dinheiro envolvido. É uma mistura de incompetência, má-fé e práticas criminosas.
A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico faz pesquisas periódicas sobre esse mercado de compras pela internet e divulgou recentemente que em 2010 o índice de satisfação do cliente ao fazer compras virtuais era de 84%.
O índice parece alto, mas esconde outro dado da pesquisa que preocupa, e muito: em 2010 houve quatro vezes mais reclamações sobre vendas online do que em 2009. As queixas contra as 14 maiores empresas do setor cresceram 320%. Foram 56 mil reclamações no ano. Treze mil só em dezembro. A maioria por atraso na entrega dos produtos.
Enquanto isso, as empresas online venderam 40% a mais no último Natal do que no mesmo período de 2009. A falta de uma legislação específica que regule o meio virtual em território nacional favorece a impunidade e a leniência no trato com o consumidor.
Eu continuo recomendando: fuja da internet e prefira as compras em lojas físicas, vendo, pegando, analisando e experimentando, se possível, o produto.
No entanto, quem quiser insistir na compra virtual, precisa ficar atento e tomar várias medidas, como imprimir todos os e-mails, anotar o nome das pessoas com quem ele falou, número de protocolo, se possível, todos os detalhes para que possa comprovar que aquela compra foi feita. E, claro, torcer para que o site cumpra a sua parte – o que não tem acontecido em muitos casos.
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