Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
quinta-feira, novembro 17, 2011
Shows internacionais: ‘nova indignação’ e mais choramingos contra a concentração em SP
O rock no Brasil está concentrado em São Paulo e os promotores de shows internacionais esquecem do resto do Brasil, ignorando “milhões” de fãs em outros Estados. Essa cantilena já não é nova e aborreceu bastante gente no passado mas, lentamente, está voltando.
Na última edição da revista Roadie Crew, do mês de agosto, na seção de cartas, uma revoltada leitora de Salvador fez um protesto contra o que chamou de discriminação sulista. Reclamou da concentração de eventos na capital paulista, muitas envolvendo três ou quatro bandas gringas tocarem no mesmo dia, “congestionando” a agenda de todo mundo. “O Nordeste sempre fica de fora, obrigando muita gente a gastar dinheiro que não tem para comprar ingresso, reservar hotel, pagar táxi…”
O ótimo site de rock Whiplash também recebe com frequência neste 2011 queixas do tipo. E agora elas chegam ao Combate Rock via Facebook.
A choradeira é cansativa, mas creio ser necessário recolocar as coisas nos seus devidos lugares. É muito mais simples culpar a entidade amorfa e difícil de identificar chamado “promotor de shows internacionais”. Por que será que ninguém se pergunta sobre os motivos de bandas legais, grandes ou médias, não tocarem em suas cidades?
Um grande jornalista de economia do Brasil afirmou nos anos 80 que o empresariado brasileiro estava muito empenhado em criar o que ele batizou de “capitalismo sem risco”: a ideia é sempre ganhar bastante dinheiro, e fazer de tudo para que não haja risco, de preferência se aninhando em alguma sinecura ou mamata junto ao poder público.
Guardadas as devidas proporções, esse pensamento é dominante na área de entretenimento no Brasil. Vai desde conseguir o máximo de isenções fiscais possíveis, como no caso dos cineastas brasileiros que amam se pendurar no governo para “filmar” até cantoras decadentes de MPB que buscam dinheiro público para criar “blog de poesia”.
Na área musical não é diferente. São poucos os que arriscam, até para verificar qual é a resposta do público. Quem arriscou – com competência e muita informação, é básico -, como Roberto Medina, criador do Rock in Rio, se deu bem.
São frequentes as críticas de supostos jornalistas musicais deste país de que as bandas internacionais só veem ao Brasil quando estão em decadência, entre outras sandices. Foi assim no caso dos Rolling Stones, quando aportaram aqui somente em 1995. “Hoje são velhos caquéticos e decadentes. Por que não vieram ao Brasil quando estavam no auge, nos anos 70?”, escreveu um idiota incensado pela imprensa musical medíocre da época.
A resposta é bastante simples: porque ninguém quis pagar, bancar o risco. Simples assim. Mick Jagger e Keith Richards adoravam o Brasil naquele tempo e passavam férias longas por aqui ano sim ano não até 1977.
E foi numa destas passagens pelo Rio, em 1975, que empresários do meio conseguiram acesso a Jagger e perguntaram quanto eles cobravam para tocar no Brasil. O cantor não perdeu tempo, tirou um cartão da carteira e entregou ao empresário. “Ligue para o nosso tour manager”, respondeu o músico.
A conversa assustou. O preço na época do cachê seria o equivalente hoje a R$ 2 milhões, mais todas as despesas pagas, fora os custos de infraestrutura, como hospedagem e transporte. Os brasileiros desistiram no ato. Os três shows mais recentes do U2 custaram mais de US$ 10 milhões só em cachês, fora o resto. E mesmo assim lotou e todo mundo cansou de ganhar dinheiro.
Portanto, os Rolling Stones não tocaram aqui em 1975 porque ninguém aceitou bancar o risco do evento. O mesmo ocorreu com o Led Zeppelin em 1977. Esse pensamento domina quem se aventura a tentar promover shows de rock fora de São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Brasília e Porto Alegre.
Aqui no Combate Rock já escrevi sobre o Rio de Janeiro ser o “túmulo” do rock no Brasil, por conta de não receber vários eventos internacionais. Se o Rio, com sua força econômica, não consegue atrair eventos de porte com frequência, imagine então outras cidades do Brasil.
O fato é que existe um agravante na questão da aversão ao risco de promotores de fora do Sudeste: a falta de um público cativo de rock para justificar a ida de uma banda de porte para o resto do Brasil.
E olha que ultimamente a coisa tem melhorado um pouco, já que Iron Maiden esteve recentemente em Recife, assim como Scorpions e outras bandas. O Blind Guardian vai tocar em São Luís, no Maranhão, neste segundo semestre, e o Deep Purple se apresentará em outubro em Fortaleza.
Seja como for, não dá para desprezar que cada promotor local sabe o público que tem. Um show do Iron Maiden lota estádios em São Paulo, Porto Alegre e Curitiba, mas não leva mais do que 10 mil pessoas no Rio de Janeiro e com muito custo levou 15 mil em Recife. É uma quantidade insuficiente para justificar a realização de um show caro e de porte. Por isso é que o U2 só toca em São Paulo e, de vez em vez, no Rio.
Assim sendo, antes de reclamar da “discriminação sulista” ou da suposta miopia dos “promotores de shows internacionais”, é bom que se olhe para os “parceiros” locais e que se pergunte a eles por que não arriscam a levar mais eventos para estes locais. O problema é que a resposta não será interessante, porque não será que os chorões e comodistas querem ouvir.
A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico
A parábola do taxista e a intolerância. Reflexão a partir de uma conversa no trânsito de São Paulo. A expansão da fé evangélica está mudando “o homem cordial”?
ELIANE BRUM - revistaepoca.com.br
O diálogo aconteceu entre uma jornalista e um taxista na última sexta-feira. Ela entrou no táxi do ponto do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, por volta das 19h30. Como estava escuro demais para ler o jornal, como ela sempre faz, puxou conversa com o motorista de táxi, como ela nunca faz. Falaram do trânsito (inevitável em São Paulo) que, naquela sexta-feira chuvosa e às vésperas de um feriadão, contra todos os prognósticos, estava bom. Depois, outro taxista emparelhou o carro na Pedroso de Moraes para pedir um “Bom Ar” emprestado ao colega, porque tinha carregado um passageiro “com cheiro de jaula”. Continuaram, e ela comentou que trabalharia no feriado. Ele perguntou o que ela fazia. “Sou jornalista”, ela disse. E ele: “Eu quero muito melhorar o meu português. Estudei, mas escrevo tudo errado”. Ele era jovem, menos de 30 anos. “O melhor jeito de melhorar o português é lendo”, ela sugeriu. “Eu estou lendo mais agora, já li quatro livros neste ano. Para quem não lia nada...”, ele contou. “O importante é ler o que você gosta”, ela estimulou. “O que eu quero agora é ler a Bíblia”. Foi neste ponto que o diálogo conquistou o direito a seguir com travessões.
- Você é evangélico? – ela perguntou.
- Sou! – ele respondeu, animado.
- De que igreja?
- Tenho ido na Novidade de Vida. Mas já fui na Bola de Neve.
- Da Novidade de Vida eu nunca tinha ouvido falar, mas já li matérias sobre a Bola de Neve. É bacana a Novidade de Vida?
- Tou gostando muito. A Bola de Neve também é bem legal. De vez em quando eu vou lá.
- Legal.
- De que religião você é?
- Eu não tenho religião. Sou ateia.
- Deus me livre! Vai lá na Bola de Neve.
- Não, eu não sou religiosa. Sou ateia.
- Deus me livre!
- Engraçado isso. Eu respeito a sua escolha, mas você não respeita a minha.
- (riso nervoso).
- Eu sou uma pessoa decente, honesta, trato as pessoas com respeito, trabalho duro e tento fazer a minha parte para o mundo ser um lugar melhor. Por que eu seria pior por não ter uma fé?
- Por que as boas ações não salvam.
- Não?
- Só Jesus salva. Se você não aceitar Jesus, não será salva.
- Mas eu não quero ser salva.
- Deus me livre!
- Eu não acredito em salvação. Acredito em viver cada dia da melhor forma possível.
- Acho que você é espírita.
- Não, já disse a você. Sou ateia.
- É que Jesus não te pegou ainda. Mas ele vai pegar.
- Olha, sinceramente, acho difícil que Jesus vá me pegar. Mas sabe o que eu acho curioso? Que eu não queira tirar a sua fé, mas você queira tirar a minha não fé. Eu não acho que você seja pior do que eu por ser evangélico, mas você parece achar que é melhor do que eu porque é evangélico. Não era Jesus que pregava a tolerância?
- É, talvez seja melhor a gente mudar de assunto...
O taxista estava confuso. A passageira era ateia, mas parecia do bem. Era tranquila, doce e divertida. Mas ele fora doutrinado para acreditar que um ateu é uma espécie de Satanás. Como resolver esse impasse? (Talvez ele tenha lembrado, naquele momento, que o pastor avisara que o diabo assumia formas muito sedutoras para roubar a alma dos crentes. Mas, como não dá para ler pensamentos, só é possível afirmar que o taxista parecia viver um embate interno: ele não conseguia se convencer de que a mulher que agora falava sobre o cartão do banco que tinha perdido era a personificação do mal.)
Chegaram ao destino depois de mais algumas conversas corriqueiras. Ao se despedir, ela agradeceu a corrida e desejou a ele um bom fim de semana e uma boa noite. Ele retribuiu. E então, não conseguiu conter-se:
- Veja se aparece lá na igreja! – gritou, quando ela abria a porta.
- Veja se vira ateu! – ela retribuiu, bem humorada, antes de fechá-la.
Ainda deu tempo de ouvir uma risada nervosa.
A parábola do taxista me faz pensar em como a vida dos ateus poderá ser dura num Brasil cada vez mais evangélico – ou cada vez mais neopentecostal, já que é esta a característica das igrejas evangélicas que mais crescem. O catolicismo – no mundo contemporâneo, bem sublinhado – mantém uma relação de tolerância com o ateísmo. Por várias razões. Entre elas, a de que é possível ser católico – e não praticante. O fato de você não frequentar a igreja nem pagar o dízimo não chama maior atenção no Brasil católico nem condena ninguém ao inferno. Outra razão importante é que o catolicismo está disseminado na cultura, entrelaçado a uma forma de ver o mundo que influencia inclusive os ateus. Ser ateu num país de maioria católica nunca ameaçou a convivência entre os vizinhos. Ou entre taxistas e passageiros.
Já com os evangélicos neopentecostais, caso das inúmeras igrejas que se multiplicam com nomes cada vez mais imaginativos pelas esquinas das grandes e das pequenas cidades, pelos sertões e pela floresta amazônica, o caso é diferente. E não faço aqui nenhum juízo de valor sobre a fé católica ou a dos neopentecostais. Cada um tem o direito de professar a fé que quiser – assim como a sua não fé. Meu interesse é tentar compreender como essa porção cada vez mais numerosa do país está mudando o modo de ver o mundo e o modo de se relacionar com a cultura. Está mudando a forma de ser brasileiro.
Por que os ateus são uma ameaça às novas denominações evangélicas? Porque as neopentecostais – e não falo aqui nenhuma novidade – são constituídas no modo capitalista. Regidas, portanto, pelas leis de mercado. Por isso, nessas novas igrejas, não há como ser um evangélico não praticante. É possível, como o taxista exemplifica muito bem, pular de uma para outra, como um consumidor diante de vitrines que tentam seduzi-lo a entrar na loja pelo brilho de suas ofertas. Essa dificuldade de “fidelizar um fiel”, ao gerir a igreja como um modelo de negócio, obriga as neopentecostais a uma disputa de mercado cada vez mais agressiva e também a buscar fatias ainda inexploradas. É preciso que os fiéis estejam dentro das igrejas – e elas estão sempre de portas abertas – para consumir um dos muitos produtos milagrosos ou para serem consumidos por doações em dinheiro ou em espécie. O templo é um shopping da fé, com as vantagens e as desvantagens que isso implica.
É também por essa razão que a Igreja Católica, que em períodos de sua longa história atraiu fiéis com ossos de santos e passes para o céu, vive hoje o dilema de ser ameaçada pela vulgaridade das relações capitalistas numa fé de mercado. Dilema que procura resolver de uma maneira bastante inteligente, ao manter a salvo a tradição que tem lhe garantido poder e influência há dois mil anos, mas ao mesmo tempo estimular sua versão de mercado, encarnada pelos carismáticos. Como uma espécie de vanguarda, que contém o avanço das tropas “inimigas” lá na frente sem comprometer a integridade do exército que se mantém mais atrás, padres pop star como Marcelo Rossi e movimentos como a Canção Nova têm sido estratégicos para reduzir a sangria de fiéis para as neopentecostais. Não fosse esse tipo de abordagem mais agressiva e possivelmente já existiria uma porção ainda maior de evangélicos no país.
Tudo indica que a parábola do taxista se tornará cada vez mais frequente nas ruas do Brasil – em novas e ferozes versões. Afinal, não há nada mais ameaçador para o mercado do que quem está fora do mercado por convicção. E quem está fora do mercado da fé? Os ateus. É possível convencer um católico, um espírita ou um umbandista a mudar de religião. Mas é bem mais difícil – quando não impossível – converter um ateu. Para quem não acredita na existência de Deus, qualquer produto religioso, seja ele material, como um travesseiro que cura doenças, ou subjetivo, como o conforto da vida eterna, não tem qualquer apelo. Seria como vender gelo para um esquimó.
Tenho muitos amigos ateus. E eles me contam que têm evitado se apresentar dessa maneira porque a reação é cada vez mais hostil. Por enquanto, a reação é como a do taxista: “Deus me livre!”. Mas percebem que o cerco se aperta e, a qualquer momento, temem que alguém possa empunhar um punhado de dentes de alho diante deles ou iniciar um exorcismo ali mesmo, no sinal fechado ou na padaria da esquina. Acuados, têm preferido declarar-se “agnósticos”. Com sorte, parte dos crentes pode ficar em dúvida e pensar que é alguma igreja nova.
Já conhecia a “Bola de Neve” (ou “Bola de Neve Church, para os íntimos”, como diz o seu site), mas nunca tinha ouvido falar da “Novidade de Vida”. Busquei o site da igreja na internet. Na página de abertura, me deparei com uma preleção intitulada: “O perigo da tolerância”. O texto fala sobre as famílias, afirma que Deus não é tolerante e incita os fiéis a não tolerar o que não venha de Deus. Tolerar “coisas erradas” é o mesmo que “criar demônios de estimação”. Entre as muitas frases exemplares, uma se destaca: “Hoje em dia, o mal da sociedade tem sido a Tolerância (em negrito e em maiúscula)”. Deus me livre!, um ateu talvez tenha vontade de dizer. Mas nem esse conforto lhe resta.
Ainda que o crescimento evangélico no Brasil venha sendo investigado tanto pela academia como pelo jornalismo, é pouco para a profundidade das mudanças que tem trazido à vida cotidiana do país. As transformações no modo de ser brasileiro talvez sejam maiores do que possa parecer à primeira vista. Talvez estejam alterando o “homem cordial” – não no sentido estrito conferido por Sérgio Buarque de Holanda, mas no sentido atribuído pelo senso comum.
Me arriscaria a dizer que a liberdade de credo – e, portanto, também de não credo – determinada pela Constituição está sendo solapada na prática do dia a dia. Não deixa de ser curioso que, no século XXI, ser ateu volte a ter um conteúdo revolucionário. Mas, depois que Sarah Sheeva, uma das filhas de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, passou a pastorear mulheres virgens – ou com vontade de voltar a ser – em busca de príncipes encantados, na “Igreja Celular Internacional”, nada mais me surpreende.
Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele.
segunda-feira, novembro 14, 2011
Um agradecimento ao Restart, o ‘Black Sabbath’ com emoção
“Só tenho a agradecer ao Restart. Essa banda ensinou meu filho a gostar de música boa e decente, coisa que eu não consegui até hoje.” A frase caiu como uma bomba na noite da última quarta-feira, durante um churrasco de aniversário à espera do jogo Atlético-PR e Palmeiras, que foi transmitido pela TV.
Fazia tempo que os xiitas do metal não se reuniam no bairro de Santana, na zona norte de São Paulo. Só se falava no show imperdível que reuniria Judas Priest e Whitesnake neste sábado, e aí o João Carlos, contador de competeência incomparável, saiu com essa, após saber das vaias que o quinteto emo de qualidade nula tinha sido vaiado na entrega do prêmio Multishow – o Restart ganhou como melhor clipe e melhor álbum (???????).
“Esses moleques não tocam nada e sua música é algo tão infantil e tão ruim que deveriam ser enviados para qualquer limbo. Só que eles fizeram um bem danado para o Marquinhos (seu filho de 12 anos): O Restart fez o meu filho gostar de Black Sabbath”, disse João Carlos,para confusão e estupefação do grupo de oito amigos reunidos em torno de um iPod que explodia ao som do novo álbum do Dream Theater, “A Dramatic Turn of Events”.
A explicação é a mais estapafúrdia possível: em maio, o joral paranaense Diário de Maringá repercutiu com os integrantes do Restart, que fariam show na cidade, uma crítica do baterista do Angra e do Shaman, Ricardo Confessori, de que a banda fazia um “rock infantil”. “Eu até gosto de Angra, mas estou farto de preconceito. Somos roqueiros e gostamos de rock. Ouvimos muito Black Sabbath e depois fazems as nossas músicas com emoção”, disse ao jornal o guitarrista Pe Lanza.
Foi o suficiente para que a internet reperticusse, de forma deturpada, a seguinte informaçâo: “guitarrissta do Restart diz que a música da banda é ’Black Sabbath’ com emoção”. O equívoco só reforçou a ojeriza de parte expressiva do público roqueiro à bandinha emo de laboratório, além das esperadas gozações de praxe.
Só que o garoto filho de João Carlos, até então fã de carteirinha do Restart, acompanhou a polêmica e se interessou em saber quem era o tal do Black Sabbath. Apaixonou-se pelo som da guitarra de Tony Iommi, baixou todos os álbuns da fase Ozzy Osbourne pela internet e fez opai gastar uma boa grana em uma guitarra Gianini de segunda mão e em 12 CDs da banda na Galeria do Rock. “Nunca me senti tão feliz gastando dinheiro com rock naquele final de semana”, disse o pai, ex-baixista de parcos recursos que tocou em bandas pop e de samba na zona norte nos anos 80.
O som do Restart é abominável e, de certa forma, prejudicial à saúde auditiva – em texto mais antigo, eu até questionei se ouvir Restart servia como porta de entradapara se ouvir rock decente, no caso de criança e adolescentes. Mas não dá para ignorar: pelo menos uma única vez na vid a o Restart serviu para alguma coisa: induziu ao menos um garoto a procurar infomação sobre uma banda realmente que vale a pena.
Quase quatro meses depois da polêmica, marquinhos praticamente nem lembra que existe Restart. Deixou o cabelo crescer e ganhou um presente do pai depois que conseguiu tocar a sua primeira música completa: o hino “Paranoid”. Também já toca com certa habilidade “Mob Rules”, “Neon Knights” e “N.I.B.”, todas da banda de Ozzy Osbourne.
Jamais pensei que escreveria isso aqui no Combate Rock algum dia: obrigado, Restart. Pelo menos serviu para alguma coisa.