Mais intervenções na vida privada
Li incrédulo nesta semana nos jornais que o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ) insiste na discussão e na manutenção, para votação, do tal Projeto de Lei 29, que, entre outras sandices, versa sobre a obrigatoriedade de conteúdo mínimo nacional na programação de canais de TV por assinatura.
A estupidez que tramita no Congresso acabou provocando uma indignada campanha da operadora de TV a cabo Sky, que manda e-mails para seus clientes e publica anúncios informando sobre o conteúdo estapafúrdio do projeto.
À parte o terrorismo que a operadora vem fazendo ao afirmar que a aprovação elevará custos e, por sua vez, obrigará as empresas a reajustar as mensalidades, a campanha é totalmente lícita e deve ser apoiada.
Estabelecer por lei o que uma emissora de TV por assinatura deve veicular é inaceitável sob todos os pontos de vista.
Quem paga tem o direito de escolher sem que haja qualquer intervenção estatal ou governamental no meu direito de cidadão de assistir ao que eu quiser, ainda mais pagando caro por isso.
O deputado nada tem melhor para fazer do que ficar regulando a vida dos outros. E lamentavelmente ele é do PT, partido que historicamente lutou pela liberdade – política, de escolha, de expressão, de opinião, de imprensa, apesar dos resquícios embolorados e totalitários que ainda persistem em seus quadros.
E não cola a balela de que a operação de canais de TV, abertos ou por assinatura, são concessão do Estado. É um argumento tosco e absurdo e para tentar justificar as inaceitáveis investidas governamentais no direito do escolha dos cidadãos.
Não bastassem as diversas tentativas de “cotas” absurdas impostas à sociedade em diversos segmentos, agora vemos mais uma tentativa de estabelecer “cota” de três horas e meia semanais de conteúdo nacional nos canais em operação.
Toda e qualquer intervenção estatal na vida privada e no direito de escolha dos cidadãos precisa ser combatida. Nenhum governo tem o direito de dizer o que devo ou não assistir.
Espaço coordenado pelo jornalista paulistano Marcelo Moreira para trocas de idéias, de preferência estapafúrdias, e preferencialmente sobre música, esportes, política e economia, com muita pretensão e indignação.
sexta-feira, junho 11, 2010
quinta-feira, junho 10, 2010
Mais do mesmo. Ainda bem
Taxa de juros básica da economia mais alta. Mais do que esperada, necessária. Mas até que ponto? O percentual foi elevado para 10,25% ao ano, o maior desde abril do ano passado. O crédito fica mais caro, as dívidas ficam mais caras, o volume de financiamentos vai cair. Quem ganha com isso?
Todo mundo no longo prazo, apesar de ser uma medida paliativa. O fato é que as críticas ao Banco Central são as mesmas de sempre, dos mesmos personagens de sempre.
A diferença agora é que não houve o fogo amigo do Palácio do Planalto, já que o presidente Lula declarou em alto e bom som que fará de tudo para frear a inflação, que já está ultrapassa 3% em 2010.
E eis que chegamos ao grande nó da economia brasileira. Inflação alta é sinônimo de perdas globais e gerais. Todo mundo perde, uns mais, outros menos.
A estabilidade conseguida a duras penas nos anos 90 e consolidada pelo governo Lula é um bem maior que precisa ser preservado a todo custo. Por isso, palmas para o Banco Central e para o Copom.
Os alvos dos ataques à alta taxa de juros, na maioria das vezes, são equivocados. A decisão é estritamente técnica. Quando a inflação sobe, os juros sobem. Simples assim. O consumo tem de ser freado para que nçao haja alta de preços por demanda superaquecida.
O crescimento do país, em alta, que causou euforia em todo mundo, será afetado? Certamente que sim. E tem de ser assim mesmo, já que o país não aguenta um crescimento ao ritmo chinês.
O difícil é ver e ouvir uma série de críticas equivocadas e estapafúrdias à decisão do Banco Central sendo que nenhum desses críticos nem sequer menciona os grandes vilões dos juros altos: o eterno desequilíbrio das contas públicas, a falta de uma política fiscal decente e a falta de controle sobre a dívida interna.
Ou seja, os juros altos e a eterna briga contra a inflação têm origem no coração da administração pública brasileira, que é incapaz de conter gastos e de espantar a politicagem abjeta das decisões administrativas do país.
Esse cenário infernal fica ainda pior quando se tem políticos irresponsáveis querendo criar despesas e mais despesas com a chancela do Congresso sem que haja dinheiro para isso. E a politicagem domina esse ambiente e contamina o Poder Executivo, que também age politicamente.
Convenientemente, entidades empresariais e sindicais ignoram o bom senso e voltam suas contra quem defende as moeda e zela pelo bom andamento da política econômica.
Evitam atacar os verdadeiros responsáveis pelos juros altos e pela constante ameaça de alta da inflação. Fazem isso ou por oportunismo, conveniência política ou por pura ignorância. E tudo continua como sempre foi.
E ainda tem gente que defende a criação de mais impostos para financiar a gastança de governos, ampliando a carga tributária horrenda e insuportável e aumentando o buraco das finanças públicas. Santo Banco Central…
Taxa de juros básica da economia mais alta. Mais do que esperada, necessária. Mas até que ponto? O percentual foi elevado para 10,25% ao ano, o maior desde abril do ano passado. O crédito fica mais caro, as dívidas ficam mais caras, o volume de financiamentos vai cair. Quem ganha com isso?
Todo mundo no longo prazo, apesar de ser uma medida paliativa. O fato é que as críticas ao Banco Central são as mesmas de sempre, dos mesmos personagens de sempre.
A diferença agora é que não houve o fogo amigo do Palácio do Planalto, já que o presidente Lula declarou em alto e bom som que fará de tudo para frear a inflação, que já está ultrapassa 3% em 2010.
E eis que chegamos ao grande nó da economia brasileira. Inflação alta é sinônimo de perdas globais e gerais. Todo mundo perde, uns mais, outros menos.
A estabilidade conseguida a duras penas nos anos 90 e consolidada pelo governo Lula é um bem maior que precisa ser preservado a todo custo. Por isso, palmas para o Banco Central e para o Copom.
Os alvos dos ataques à alta taxa de juros, na maioria das vezes, são equivocados. A decisão é estritamente técnica. Quando a inflação sobe, os juros sobem. Simples assim. O consumo tem de ser freado para que nçao haja alta de preços por demanda superaquecida.
O crescimento do país, em alta, que causou euforia em todo mundo, será afetado? Certamente que sim. E tem de ser assim mesmo, já que o país não aguenta um crescimento ao ritmo chinês.
O difícil é ver e ouvir uma série de críticas equivocadas e estapafúrdias à decisão do Banco Central sendo que nenhum desses críticos nem sequer menciona os grandes vilões dos juros altos: o eterno desequilíbrio das contas públicas, a falta de uma política fiscal decente e a falta de controle sobre a dívida interna.
Ou seja, os juros altos e a eterna briga contra a inflação têm origem no coração da administração pública brasileira, que é incapaz de conter gastos e de espantar a politicagem abjeta das decisões administrativas do país.
Esse cenário infernal fica ainda pior quando se tem políticos irresponsáveis querendo criar despesas e mais despesas com a chancela do Congresso sem que haja dinheiro para isso. E a politicagem domina esse ambiente e contamina o Poder Executivo, que também age politicamente.
Convenientemente, entidades empresariais e sindicais ignoram o bom senso e voltam suas contra quem defende as moeda e zela pelo bom andamento da política econômica.
Evitam atacar os verdadeiros responsáveis pelos juros altos e pela constante ameaça de alta da inflação. Fazem isso ou por oportunismo, conveniência política ou por pura ignorância. E tudo continua como sempre foi.
E ainda tem gente que defende a criação de mais impostos para financiar a gastança de governos, ampliando a carga tributária horrenda e insuportável e aumentando o buraco das finanças públicas. Santo Banco Central…
Notícia excelente. Mas até quando?
Crescimento em ritmo chinês, mas com corpinho de país africano. A analogia é bastante exagerada, mas, de certa forma, traduz os problemas que a economia brasileira vai enfrentar no segundo semestre.
A notícia de que o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2010 é 9% maior que o mesmo período do ano passado e 2,7% maior que o do trimestre anterior, o último de 2009, mostra vigor e robustez de um país que soube navegar na crise financeira de 2008 com responsabilidade.
Nas palavras do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o Brasil fez tudo certo e sofreu menos. Já o ufanista Guido Mantega, ministro da Fazenda, disse que o país se livrou por completo da crise dos “países ricos”. Outro exagero, mas totalmente compreensível.
Se as previsões de especialistas se mantiverem, o PIB deverá crescer em 2010 entre 6% e 7%, possivelmente o segundo maior índice do mundo, atrás apenas da China. Crescer aceleradamente significa mais emprego, mais renda em todos os segmentos e mais investimento em todos os níveis.
A questão que fica agora é o que acontecerá no futuro próximo. Meirelles tem a resposta: problemas graves na condução da política econômica se o mesmo ritmo continuar.
Em outras palavras, o Brasil não aguenta essa velocidade de crescimento no segundo semestre. Analistas econômicos utilizar o termo “enfartar” ou “surtar” para uma economia que bate no teto.
Na vida cotidiana, isso se traduz em inflação alta por falta de produtos e consumo alto. A queda na produção que vem em seguida pode ser fatal para diversos setores produtivos.
O que vai acontecer é que, naturalmente, até pelos entraves e gargalos que a economia brasileira ainda revela, é uma diminuição gradual do ritmo de crescimento.
Aliado a isso, o Banco Central, de conduta irrepreensível durante o governo Lula, desde 2003, vai agir para puxar o freio e evitar que a inflação fuja do controle.
O aumento na taxa básica de juros, a Selic, deve continuar, assim como as isenções de impostos para bens de consumo não devem retornar tão cedo, justamente para frear o consumo e incentivar a poupança e aplicações financeiras.
As notícias são excelentes e devem ser comemoradas. E os condutores da economia têm de ser parabenizados, mas o jogo ainda não está ganho. Comemoração sim, mas com muita cautela e atenção para os próximos passos.
Crescimento em ritmo chinês, mas com corpinho de país africano. A analogia é bastante exagerada, mas, de certa forma, traduz os problemas que a economia brasileira vai enfrentar no segundo semestre.
A notícia de que o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2010 é 9% maior que o mesmo período do ano passado e 2,7% maior que o do trimestre anterior, o último de 2009, mostra vigor e robustez de um país que soube navegar na crise financeira de 2008 com responsabilidade.
Nas palavras do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o Brasil fez tudo certo e sofreu menos. Já o ufanista Guido Mantega, ministro da Fazenda, disse que o país se livrou por completo da crise dos “países ricos”. Outro exagero, mas totalmente compreensível.
Se as previsões de especialistas se mantiverem, o PIB deverá crescer em 2010 entre 6% e 7%, possivelmente o segundo maior índice do mundo, atrás apenas da China. Crescer aceleradamente significa mais emprego, mais renda em todos os segmentos e mais investimento em todos os níveis.
A questão que fica agora é o que acontecerá no futuro próximo. Meirelles tem a resposta: problemas graves na condução da política econômica se o mesmo ritmo continuar.
Em outras palavras, o Brasil não aguenta essa velocidade de crescimento no segundo semestre. Analistas econômicos utilizar o termo “enfartar” ou “surtar” para uma economia que bate no teto.
Na vida cotidiana, isso se traduz em inflação alta por falta de produtos e consumo alto. A queda na produção que vem em seguida pode ser fatal para diversos setores produtivos.
O que vai acontecer é que, naturalmente, até pelos entraves e gargalos que a economia brasileira ainda revela, é uma diminuição gradual do ritmo de crescimento.
Aliado a isso, o Banco Central, de conduta irrepreensível durante o governo Lula, desde 2003, vai agir para puxar o freio e evitar que a inflação fuja do controle.
O aumento na taxa básica de juros, a Selic, deve continuar, assim como as isenções de impostos para bens de consumo não devem retornar tão cedo, justamente para frear o consumo e incentivar a poupança e aplicações financeiras.
As notícias são excelentes e devem ser comemoradas. E os condutores da economia têm de ser parabenizados, mas o jogo ainda não está ganho. Comemoração sim, mas com muita cautela e atenção para os próximos passos.
Lições de como fazer novos amigos
É impressionante como crescem as situações em que pessoas ou grupo de pessoas fazem questão de calcinar qualquer bom sendo, qualquer chance de entendimento e qualquer indício de civilidade.
Existem povos e governos que são especializados em sabotar qualquer coisa, como os talibãs afegães, os xiitas iranianos, os norte-coreanos e diversas etnias africanas belicistas. Entretanto, não existem campeões maiores do que os israelenses.
A certeza de impunidade é tanta, por conta das “costas largas” dos Estados Unidos, que repetidamente atacam e matam inocentes sem a menor cerimônia. Justificativas? Para quê?
Pelo menos eles não perdem tempo e nem desperdiçam o dos outros com explicações estapafúrdias.
No caso do ataque desta semana a um comboio de navios liderados por uma ONG turca em direção a Gaza, o lacônico comunicado do governo israelense apenas informa que se tratava de uma operação terrorista. E ponto.
Esse governo asqueroso não se importa com mídia, bom senso, decência e civilidade. Não duvido que façam ataques abjetos como o desta segunda-feira de propósito. E tudo ficará como está, apesar da avalanche de protestos internacionais.
Sempre defendi a existência de Israel sobretudo por uma questão de realismo político: o país está lá, é uma potência militar regional e conta com o amparo de um aliado poderoso.
Portanto, qualquer ilação ou discurso remontando as origens do conflito árabe-israelense para ressaltar as injustiças cometidas contra os palestinos são coisas vazias e sem lastro na realidade.
Israel existe e vai existir, assim como os palestinos existem e não vai deixar os vizinhos em paz até serem tratados como gente.
Qualquer resquício de boa vontade que eu tinha por Israel some com mais um ataque covarde e asqueroso a integrantes organizações humanitárias.
Não merece a mínima condescendência. Nenhuma ação cometida contra o povo israelense será mais indigna do que o ataque ao comboio turco. Começo a acreditar que Israel não faz falta a esse planeta.
É impressionante como crescem as situações em que pessoas ou grupo de pessoas fazem questão de calcinar qualquer bom sendo, qualquer chance de entendimento e qualquer indício de civilidade.
Existem povos e governos que são especializados em sabotar qualquer coisa, como os talibãs afegães, os xiitas iranianos, os norte-coreanos e diversas etnias africanas belicistas. Entretanto, não existem campeões maiores do que os israelenses.
A certeza de impunidade é tanta, por conta das “costas largas” dos Estados Unidos, que repetidamente atacam e matam inocentes sem a menor cerimônia. Justificativas? Para quê?
Pelo menos eles não perdem tempo e nem desperdiçam o dos outros com explicações estapafúrdias.
No caso do ataque desta semana a um comboio de navios liderados por uma ONG turca em direção a Gaza, o lacônico comunicado do governo israelense apenas informa que se tratava de uma operação terrorista. E ponto.
Esse governo asqueroso não se importa com mídia, bom senso, decência e civilidade. Não duvido que façam ataques abjetos como o desta segunda-feira de propósito. E tudo ficará como está, apesar da avalanche de protestos internacionais.
Sempre defendi a existência de Israel sobretudo por uma questão de realismo político: o país está lá, é uma potência militar regional e conta com o amparo de um aliado poderoso.
Portanto, qualquer ilação ou discurso remontando as origens do conflito árabe-israelense para ressaltar as injustiças cometidas contra os palestinos são coisas vazias e sem lastro na realidade.
Israel existe e vai existir, assim como os palestinos existem e não vai deixar os vizinhos em paz até serem tratados como gente.
Qualquer resquício de boa vontade que eu tinha por Israel some com mais um ataque covarde e asqueroso a integrantes organizações humanitárias.
Não merece a mínima condescendência. Nenhuma ação cometida contra o povo israelense será mais indigna do que o ataque ao comboio turco. Começo a acreditar que Israel não faz falta a esse planeta.
Sucesso atrai vaidosos e incompetentes
Se alguém ainda tinha dúvidas a respeito da política predatória que reina no E.C. Santo André, a pífia campanha na série B do Brasileiro até agora acaba com elas. Quando incompetentes cismaram de gerir o futebol profissional, o time despencou da série A, ainda que tenha feito uma série B diga em 2008.
Depois de inúmeras bobagens, finalmente alguns mais lúcidos decidiram tomar conta do time e o colocou nos eixos,com pés no chão e sem invenções, com orçamento baixo. O resultado foi o vice-campeonato paulista de 2010, com um time bom, bem montado por um técnico iniciante, mas competente até aqui.
Só que a vaidade fala mais alto e a exposição que o time teve no Paulistão atraiu de novo os incompetentes.
O resultado é mais um desmanche e mais um campeonato onde o time terá de lutar contra o rebaixamento, ao mesmo tempo em que a tal parceria com empresários está em vias de deixar uma dívida inpagável. Parabéns novamente, Ramalhão.
Se alguém ainda tinha dúvidas a respeito da política predatória que reina no E.C. Santo André, a pífia campanha na série B do Brasileiro até agora acaba com elas. Quando incompetentes cismaram de gerir o futebol profissional, o time despencou da série A, ainda que tenha feito uma série B diga em 2008.
Depois de inúmeras bobagens, finalmente alguns mais lúcidos decidiram tomar conta do time e o colocou nos eixos,com pés no chão e sem invenções, com orçamento baixo. O resultado foi o vice-campeonato paulista de 2010, com um time bom, bem montado por um técnico iniciante, mas competente até aqui.
Só que a vaidade fala mais alto e a exposição que o time teve no Paulistão atraiu de novo os incompetentes.
O resultado é mais um desmanche e mais um campeonato onde o time terá de lutar contra o rebaixamento, ao mesmo tempo em que a tal parceria com empresários está em vias de deixar uma dívida inpagável. Parabéns novamente, Ramalhão.